segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CORUJA ORELHUDA NA CIDADE




Tanto é o meu fascínio pelo meio natural que por onde ando, observo com atenção o mundo ao meu redor, sempre pronta para uma novidade.

Um simples passeio ou visita à casa dos meus sogros, na zona sul de Porto Alegre, na beira do Rio Guaíba, já é um laboratório para observação da vida animal e vegetal.

Perto das 18h de domingo, estávamos tomando um café na rua, e o anoitecer foi convidativo para uma coruja pousar nos galhos secos de uma enorme árvore, em um condomínio fechado mas repleto de plantas nativas.

Fiquei observando-a cerca de 10 min, onde no decorrer da hora, ela deveria estar iniciando uma caçada, pois os hábitos dessa ave são vespertinos e noturnos.

Minha foto da coruja orelhuda de celular.
Consegui fazer algumas fotos pelo celular, mas a falta de uma lente e a pouca luminosidade não permitiram muita definição, porém consegui ver a proeminência das orelhas: era uma coruja-orelhuda (Pseudoscops clamator).

Pesquisei um pouco sobre essa coruja da família dos estrigídeos, com ampla distribuição na América Central e do Sul, com exceção das áreas florestais da Amazônia. Elas chegam a medir até 37 cm de comprimento, penacho da cabeça longo e proeminente e disco facial branco margeado de negro. Também são conhecidas pelos nomes de coruja-gato. Às vezes é confundida com o mocho orelhudo, que possui algumas características idênticas, mas ele é maior e mais pesado.


A coruja orelhuda tem uma envergadura de 22,8 a 29,4 cm pesando entre 320-546g. Vive em bosques, borda de matas, áreas abertas com árvores, podendo ser encontrada também em áreas urbanas bastante arborizadas como Porto Alegre, RS.


Durante o dia fica camuflada nas árvores. Também é visto frequentemente em arames à margem de estrada, postes, etc. Têm uma capacidade de girar a cabeça a mais de 270º. Além da poderosa visão, assim como nas outras corujas, essa espécie possui um disco facial branco fortemente definido bem destacado que desempenha importante papel de refletor sonoro, que amplia o volume do som facilitando a localização da presa.


Esta coruja tem "orelhas" bem destacadas, que na verdade são penachos bem desenvolvidos localizados acima de suas orelhas, possuindo tarsos poderosos para seu tamanho. Emite vocalizações bastante variadas, geralmente em seqüência prolongada.


A Coruja Orelhuda, geralmente tem ninhos no chão em uma aglomeração gramínea aplainada. Ocasionalmente terá ninhos em uma árvore. Põe de dois a quatro ovos que choca durante 33 dias. A fêmea permanece no ninho enquanto o macho lhe traz comida. Quando atingem de 37 a 46 dias, os filhotes já conseguem voar. Mais tarde, com 130 até 140 dias, as jovens corujas são expulsas do território pelos seus pais para criarem sua própria família em outro território.

Entre as ameaças dessa espécie, consiste em caça predatória e atropelamentos na estrada. A coruja orelhuda tem como predadores outras aves de rapina maiores.


Sua caça é crepuscular. Alimentam-se de aves, grandes insetos, lagartos, pássaros, répteis, pequenos mamíferos como roedores e morcegos, inclusive morcegos-vampiros (Desmodus rotundus), pequenos vertebrados, cobras e anfíbios. Os mamíferos e os pássaros pequenos são sua preferência na dieta! Sua caça mamífera inclui ratos domésticos, ratos do arroz e gambás. Já nos pássaros, gosta das pequenas pombas e pardais domésticos. Sua técnica da caça foi descrita como um vôo baixo sobre a paisagem aberta caçando geralmente a partir de um poleiro observando à presa e se atirando a ela em seguida, com mergulhos abruptos sobre esta.

Fascinante ver uma espécie em uma cidade repleta de poluição sonora. Ganhei o final de semana!

Fotos: Google imagens 

Um comentário:

  1. Minha sogra Jussara Lucena, enviou-me este comentário pois não conseguiu postar diretamente no blog: "Karina, podes usar meu "observatório" quando quiseres. Neste meu micro-jardim, de apenas 35 metros quadrados, temos moradores e visitantes. Os moradores são beija-flores e sabiás, que esconderam seus ninhos no meio das trepadeiras jasmim-dos-poetas e madressilva, que nasceram lado a lado e agora crescem abraçadas.
    Bentevís nos visitam diariamente, sabiás nos fazem serenatas no meio da noite e pombas chegam junto à janela do nosso quarto para nos acordar cada manhã com seu arrulho triste (confesso que este canto - ou gemido - é o que menos gosto, mas a pomba é uma lindeza!) Existe um pássaro que nunca vi, mas conheço pelo som, o alma-de-gato, e que se faz ouvir ao entardecer.O canto também é triste.
    Outros, como a corruíra e o joão-de-barro, também nos visitam regularmente. Além deles, aparecem alguns, vindos do lado do rio,com um trinado esquisito, cujo nome desconheço. Não chegam a pousar no nosso minúsculo jardim. Talvez seja pequeno para eles, que possuem maior estatura. Mas nos saúdam dando uma revoada, e depois se despedem com outra.
    É isso aí. É só chegar e admirar."

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