Escrevi essa matéria para a revista Sports Mag 50ª edição de 10 anos. Segue abaixo a matéria na integra com fotos da Ana Luisa Correa Rodrigues, fotógrafa.
A prova mais divertida e familiar dos ralis, esteve pela primeira vez no Estado do Espírito Santo, e surpreendeu pelas belezas naturais por onde passou e pela estratégia montada pelos organizadores. Uma espécie de corrida de aventura, com gincana, com desafios e com foco no ambiental, o Rali da Mitsubishi levou participantes de diversos Estados do Brasil à brincar e se divertir. Claro, eu estava lá!
O objeto “carro” no Brasil
é sinônimo de desejo. Faz parte da nossa cultura! Há um fascínio, uma
admiração, um gosto próprio e particular na escolha da marca, no design, na
potência, na utilidade... Pensando nisso, a Mitsubishi criou o Rali Outdoor
para mostrar, especificamente, que teu carro pode te levar a locais belos, de
difícil acesso e nunca antes escolhidos, entrando nos roteiros turísticos e de
lazer. O Rali Outdoor não te leva apenas para dentro de um autódromo para pôr o
pé no acelerador, ou para dentro de uma prova extrema com início, meio e fim.
Ele te leva para uma aventura esportiva com experiências trocadas entre
familiares e amigos. Muitos competidores escolhem seus carros pensando em
participar dos ralis Mitsubishi, juntando suas vidas particulares e pessoais
com diversão e o lazer esportivo.
Conheci os ralis da Mitsubishi há 8 anos e participei de 4 provas diferentes, distribuídas em Rali Motorsport (prova de regularidade em Camboriú/SC), Rali Cup (Velocidade em Mafra/PR) e o Outdoor (estratégia em Brasília e Vitória/ES). Confesso que o Outdoor é o mais divertido, o mais surpreendente e o que se aproveita mais as regiões por onde passam as provas: locais de extrema beleza natural e fora dos roteiros turísticos convencionais.
Chegamos à Vitória, capital do Espírito Santo, eu e a fotógrafa Ana Luisa Correa, na véspera da prova e fomos diretamente para o briefing onde seria distribuído o mapa e esclarecimentos dos detalhes. Neste momento, os organizadores checaram e conferiram os carros com os adesivos contendo os números e patrocinadores das equipes da minha categoria de iniciantes, a Fun: modelos Pajeros, L200, ASX e Outlander 4x4.
Aproveitei para fazer minha inscrição e
conhecer minha equipe formada somente por mulheres jornalistas e repórteres.
Uma diversão tremenda!
No dia seguinte acordamos cedo, café da
manhã às 6h00 no hotel e rumamos para a largada na Praça do Papa. Muita
agitação e adrenalina! Conheci o carro que iria pilotar: um Pajerinho TR4
vermelho com número da equipe 327. Conferi os detalhes, combustível, capa no
pneu traseiro, encaixe da Ecox Cam para fazer fotos internas e gravações e
seguimos para o oeste do estado, subindo a serra capixaba em direção aos
municípios de Marechal Floriano, Matilde e Domingos Martins. Após 1 hora de
asfalto percorridos na BR 262, chegamos em um posto de gasolina para pegar o
passaporte de acesso e início das tarefas. Conferimos o mapa e traçamos a
melhor estratégia para cobrir o máximo de atividades dentro do tempo previsto.
Precisávamos cumprir tarefas esportivas, como trilha de bicicleta, caminhadas
com vista para a Pedra Azul e exercícios de técnicas verticais (subida em
escada de corda e descida de rapel) dentro de uma cascata típica da mata
atlântica, a Cachoeira do Zeca, famosa na região. Fomos correndo para lá, ou
melhor, dirigindo!
Entre dois carros, ficamos cerca de 1 hora
perdidas, entramos e saímos de trilhas de areia e cortadas pelo asfalto.
Paramos na frente de uma igrejinha construída em 1891 para admirar e
fotografar. Mas o tempo era curto! Conseguimos achar o acesso até a Cachoeira
do Zeca para completar nossa primeira tarefa.
Com todos os equipamentos de proteção
devidamente checados e em dia, uma das mulheres da equipe, a repórter Bruna
Bezerra (programa Ponto Cult, TV Tribuna/SBT – ES) desafiou as águas geladas,
abaixo de um calor de 32 graus às 11h00 da manhã! “Foi um alívio e uma delícia
subir a Cachoeira do Zeca. Etapa cumprida”, desabafou Bruna.
Ficamos alguns minutos na área de camping e
pousada. Esperando a Bruna se secar e novamente “pé na estrada”. Dentro dos
carros, nos comunicávamos por rádio e decidimos, em função do horário e da
melhor pontuação, entrar novamente na BR 262. Seguimos direto para o município
de Domingos Martins, onde fica o Parque Estadual da Pedra Azul, também
conhecida como pedra do lagarto, pela saliência semelhante ao réptil.
Após 2h30 chegamos ao parque. Da estrada até a base da Pedra Azul percorremos caminhando cerca de 1 km até a área de visitação. Ali, tínhamos que carimbar o passaporte comprovando nossa passagem por este ponto obrigatório da prova.
Fiquei encantada e “petrificada” pela beleza da região, considerada como o terceiro melhor clima do mundo com uma altitude média de 1.350 metros. A área do parque é de 1.240 hectares, mas apenas 5% são abertos a visitação. Além da Pedra Azul, há também a Pedra das Flores, importantes afloramentos de granito e gnaisse, cartões postais do estado devido às belezas espetaculares das formações rochosas de 1.822 e 1.909 metros de altura! Como passam a maior parte do tempo encobertas pelas nuvens, há um micro-clima úmido e frio em seu topo e isso faz com que muitas plantas, especialmente flores e orquídeas, cresçam em seu topo (daí o nome).
A região apresenta rica biodiversidade de
espécies endêmicas, onde foram catalogados 182 tipos de aves, 51 de bromélias e
126 de orquídeas. No parque existem cobras, veados, macacos, preguiças, onças e
muitas aves que migram para região durante os meses de junho a julho, quando a
temperatura pode chegar a 0°C. Elas fazem seus ninhos e se reproduzem em
cavernas na Pedra Azul. A vegetação original é a Mata Atlântica, com espécimes
que chegam até 25 metros. O bioma predominante desta unidade de conservação brasileira é de Floresta Ombrófila Densa
Altomontana. Se quiseres visitar e conhecer o Parque Estadual da Pedra Azul as coordenadas geográficas são S 20º
24'07" W 41º 01'23".
Vale à pena uma passada na região! De todo o
trajeto do rali, o trekking até o parque compensou todos os quilômetros rodados
em mais de sete horas de prova, pilotando sob um calor de 35ºC!
Saímos da região cansados porém com um largo
sorriso no rosto. Rumamos para Vitória para completar a prova e participar da
entrega de prêmios. Ficamos em último lugar da categoria Fun, mas em primeiro
no quesito satisfação e felicidade por termos percorrido a serra capixaba!
Fernando
e Eduardo Gualberto, irmãos
e empresários, criadores da prova do Rali Outdoor, contaram-me num bate papo
bem informal, que juntaram suas experiências como atletas de corridas de
aventura com diversas participações no Rali dos Sertões. Como estrategistas,
foram convidados pela Mitsubishi a criar esta prova e quiseram trazer um pouco
das aventuras pessoais para a Mitsubishi, há 10 anos. Receita que até hoje está
dando certo.
“O conceito da prova é que os competidores têm que encontrar determinados ponto no mapa, espalhados dentro de um trajeto, com alguns pontos marcados como uma casa, uma ponte, uma árvore.... e em alguns pontos, eles devem fazer algumas atividades de aventura, e para chegarem neles você tem que andar de bike, remar, escalar, caminhar... Isso para ajudar a sua equipe a conseguir o maior numero de pontos. Por outro lado, também tem algumas tarefas culturais como visitar um museu, fazer uma análise da arquitetura de algum ponto, fazer uma foto de um monumento, em fim, é como se fosse uma grande gincana de aventura, um jogo” explica Fernando.
“Diferente dos ralis tradicionais, onde o importante é o carro ou a estrada, o nosso rali tem uma interação muito grande com o local, com a região. Então, se você faz uma prova do Rali Outdoor aqui em Vitória e outra em Porto Alegre, elas são completamente diferentes e extremamente atrativas porque os locais são geograficamente muito distintos. Você está aprendendo sobre a cultura, sobre a região, como se fosse um grande passeio sem deixar de ser uma competição” completa Eduardo.
Para Fernando “o objetivo principal da prova é fazer a ligação do cliente com a marca, além de interagir os filhos com os pais, pois enquanto os adultos dirigem, os pequenos podem realizar as tarefas esportivas e sociais. Todos são importantes para a conclusão de cada etapa”.
O local de cada prova é escolhido e elaborado de diversas formas, antecipadamente. Os dois irmãos fazem um levantamento e pesquisa dos pontos atrativos com a ajuda de mapas, GPS, Google Earth, imagens de satélites, estudo teórico na internet e uma pesquisa da área de interesse da prova com a ajuda das Secretarias de Turismo, e somente depois de muitas informações eles visitam os locais.
A prova evoluiu consideravelmente comparando as primeiras há 10 anos com as 70 provas seguintes, pois são 07 etapas por ano. Não apenas a tecnologia que utiliza GPS, internet, satélite, comunicação, mas as tarefas que incluem a participação de estudantes e profissionais da gastronomia, arquitetura, história, biologia, geologia, turismo, etc. Esses profissionais contribuem com informações específicas e dados para as equipes conseguirem mais pontos e agregam seus conhecimentos sobre as regiões por onde passam.
O Mitsubishi Outdoor é dividido em duas categorias: Extreme, para os mais experientes, e a Fun, para as equipes que estão começando. As equipes da categoria Extreme fizeram ainda uma série de travessias na região do Espírito Santo: uma estrada cheia de desafios, com rios, pontes e trechos estreitos, onde puderam colocaram à prova seus carros.
Entre as atividades culturais, uma em especial divertiu muito as equipes. Eles precisaram trazer um kit de roupas e montar um espantalho, personagem comum nas plantações da região. E uma vez que estavam entre plantações, colheram folhas de diferentes verduras e legumes (como jiló, inhame, pimentão, tomate, couve e outras) e garantiram mais alguns pontos.
Após as provas, os próprios competidores e participantes repassam suas opiniões e dicas através da página da empresa de Fernando e Eduardo, a G2 Adventure. “Esse feedback que recebemos dos participantes é a maior compensação de que fizemos a coisa certa” finaliza Fernando Gualberto.
A Mitsubishi Motors realiza ações sociais e ambientais durante as provas. Uma dela é Mitsubishi Pró Brasil. Nesta etapa de Vitória foram arrecadadas na inscrição seis toneladas de alimentos, entregues para o Serviço de Engajamento Comunitário do Espírito Santo e para a Fundação Fé e Alegria - Projeto Viva a Vida.
Desde 2010, criou-se o MIT Pró Verde, para neutralização do carbono emitido pelos carros participantes das etapas dos ralis. Até hoje mais de seis mil árvores nativas do cerrado foram plantadas em uma área de preservação permanente na fábrica da Mitsubishi, em Catalão (GO). E hoje, está em fase de preparação um novo terreno para o plantio de mais seis mil mudas.
Há dez anos, quando foi criado o Outdoor, deu-se início à conscientização verde dos participantes, pois muitas provas tinham dentre as atividades o plantio de árvores durante o trajeto, bem como o cálculo da quilometragem rodada por cada carro e, com isso, cada equipe tinha uma idéia de quanto carbono lançava na atmosfera, levando os participantes a plantarem árvores. Carbon Free!
O Mitsubishi Outdoor tem patrocínio de Gol, Centauro, Atlântica/Midori, Clarion, Columbia, Unirios, Transzero, Castrol, Mapfre, Cisa Trading, Brascabos, Pirelli, Pilkington e Axalta.
Resultados
das equipes vencedoras na 5ª etapa - Vitória (ES)
Categoria
Extreme
1) Tamboré
2) To na Rossa
3) Flexsoft
Categoria
Fun
1) Proforma Mit Ira da Lama
2) Boomerang Carioca
3) Equipe 40x40
Apoio: AKBelegantt Comunicação Esportiva, Ecox Cam, Deuter, Sunthrice, Solo, By Aventura, Columbia e Mormaii.
Agradecimentos: Ana Luisa Correa Rodrigues,
João Paulo Lucena e Carolina Vasconcellos (Assessora de imprensa - MMC).
Saiba mais sobre Rali Mitsubishi Outdoor www.mitsubishimotors.com.br